4.29.2012

lembro-me da primeira vez que partiste. doeu de tal maneira, que seria impossível esquecer. lembro-me de te dar um abraço, ver-te virar-me as costas com as lágrimas a cair-te pelo rosto e de eu, engolir o choro em seco para mostrar que era forte o suficiente. na verdade, o que eu sempre tentei ser foi forte por mim e por ti, pelas duas. passaram-se meses até te voltar a ver, e quando partiste a segunda vez doeu ainda mais. não por te ver ir, mas sim pela maneira como nos despedimos. as tuas visitas tornaram-se mais frequentes, até que houve uma altura em que desejei que nunca mais viesses de visita, pois cada vez que vinhas tinha que me mentalizar que não ias ficar. agora, três anos depois, as tuas chegadas e partidas já não doem. mas apesar de me ter habituado a isso, continuo aqui, a ansiar que cumpras o que prometeste e voltes definitivamente, mãe.

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