8.03.2012

hoje talvez te fale. talvez ganhe coragem e te mande uma mensagem a dizer o que tenho guardado para mim desde que deixamos de falar. ou talvez não. talvez chegue ao momento, em que já tenho tudo escrito pronto a enviar, e me acobarde e desista de o fazer. tenho medo de arrepender, de estar a cometer algum tipo de loucura que só me vá fazer pior. se calhar ignoras-me, ou se calhar recupere uma amiga. eu esforcei-me para te ultrapassar mas a verdade é que, não importa quantas pessoas eu conheça, nunca vou confiar tanto em alguém, nunca me vou conseguir abrir tanto para alguém como o fazia contigo. mas tenho medo de te tentar recuperar ou de lutar. tenho medo do que me possas dizer e do que não me digas. não sei.

4.29.2012

lembro-me da primeira vez que partiste. doeu de tal maneira, que seria impossível esquecer. lembro-me de te dar um abraço, ver-te virar-me as costas com as lágrimas a cair-te pelo rosto e de eu, engolir o choro em seco para mostrar que era forte o suficiente. na verdade, o que eu sempre tentei ser foi forte por mim e por ti, pelas duas. passaram-se meses até te voltar a ver, e quando partiste a segunda vez doeu ainda mais. não por te ver ir, mas sim pela maneira como nos despedimos. as tuas visitas tornaram-se mais frequentes, até que houve uma altura em que desejei que nunca mais viesses de visita, pois cada vez que vinhas tinha que me mentalizar que não ias ficar. agora, três anos depois, as tuas chegadas e partidas já não doem. mas apesar de me ter habituado a isso, continuo aqui, a ansiar que cumpras o que prometeste e voltes definitivamente, mãe.

4.19.2012

faz hoje dez meses que estamos juntos. tudo começou á precisamente dez meses. sabes, sempre achei que amar alguém e ter alguém que me amasse do meu lado todos os dias, era o que eu devia procurar para preencher parte do meu vazio, era isso que me ia "arranjar". e então, encontrei-te a ti, por algum motivo baixei a minha guarda para ti. comecei a amar-te e de facto, durante os primeiros meses tu preencheste-me. tínhamos brilho e paixão. sim, éramos novos e apaixonados. tu iluminaste a minha escuridão e convenceste-me que nunca mais ela iria voltar. agora, passado pouco menos de um ano, nós tornamos-nos velhos e cansados. o brilho desapareceu levando com ele bocados de mim até restar nada e a nossa relação tornou-se depressiva e baseada em discussões. por ti, eu mudei e mudei a minha vida. por ti, eu perdi pessoas que amava, restando-me ninguém para além de ti. o rapaz doce e meigo que mostravas ser revelou-se um controlador e obsessivo e bruto. sinto que estás cansado mas não o queres admitir. e eu, por várias vezes, já pensei acabar com isto mas dei-te demasiado de mim para te deixar. o que mais magoa é ouvir as pessoas dizer que já não me reconhecem.